quinta-feira

A cordialidade no seu sentido bíblico


A noite estava bela e iluminada por uma lua cheia de rostos sorridentes, histórias absurdas e acordes de músicas alegremente entoados entre copos de cerveja que tilintavam à saúde dos presentes. Como eram agradáveis os encontros entre amigos!

Voltavam os recém-casados, faceiros, para sua bela casa adquirida há pouco. Pé ante pé, abraçados, cantavam as marchinhas de outrora e riam-se, despreocupados. Como eram agradáveis os encontros entre amigos!

A porta da frente entreaberta fez um frio descer-lhes a espinha. Entreolharam-se, sérios. A alegria tornara-se apreensão. Fez sinal para que ela fizesse silêncio e ficasse do lado de fora, aguardando seu sinal. Pé ante pé, cuidadosamente, fiscalizou cada cômodo da casa, atônito com a situação que vivia naquele momento. Ouviu passos. E seguiu-os, corajosamente até o andar de baixo. Escondeu-se atrás do batente da porta. Iria surpreender o invasor: "Mas como?", pensou, já que não tinha nada nas mãos ou ao alcance delas. "Seja o que Deus quiser!", suspirou consigo. Agora estavam perto! E mais perto! Os passos! Estavam vindo em sua direção! Tomou fôlego e subitamente, saiu gritando raivoso em direção ao barulho. "Aaaaaaaaaaaaaaah!", seguido de um grito histérico feminino. 

Ela não aguentara o medo de ficar lá fora sozinha... de mãos dadas, inspecionaram novamente os cômodos e perceberam que, apesar da bagunça, nada tinha sido levado. Já recompostos do choque aperceberam-se que, em cima da mesa da sala de jantar, estava um bilhete escrito a punho pelo ladrão. Dizia: "Não valeu a pena."

Entreolharam-se mais uma vez, incrédulos, respiraram fundo e soltaram uma gargalhada. Numa época em que a cordialidade e o cavalherismo contava e eram levados muito a sério, até assaltante tem a delicadeza de deixar um singelo bilhetinho antes de sua fuga.

Um comentário:

  1. Joice17:07

    Que máximoooooo..... Ah, não se fazem mais ladrões como antigamente. kkkk Quanta sensibilidade tua em ter um espaço pra toda essas histórias. Aquelas histórias que parecem ser contadas por nossos avós. Cada um deles com as suas. parabéns Bê.

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quinta-feira

A cordialidade no seu sentido bíblico


A noite estava bela e iluminada por uma lua cheia de rostos sorridentes, histórias absurdas e acordes de músicas alegremente entoados entre copos de cerveja que tilintavam à saúde dos presentes. Como eram agradáveis os encontros entre amigos!

Voltavam os recém-casados, faceiros, para sua bela casa adquirida há pouco. Pé ante pé, abraçados, cantavam as marchinhas de outrora e riam-se, despreocupados. Como eram agradáveis os encontros entre amigos!

A porta da frente entreaberta fez um frio descer-lhes a espinha. Entreolharam-se, sérios. A alegria tornara-se apreensão. Fez sinal para que ela fizesse silêncio e ficasse do lado de fora, aguardando seu sinal. Pé ante pé, cuidadosamente, fiscalizou cada cômodo da casa, atônito com a situação que vivia naquele momento. Ouviu passos. E seguiu-os, corajosamente até o andar de baixo. Escondeu-se atrás do batente da porta. Iria surpreender o invasor: "Mas como?", pensou, já que não tinha nada nas mãos ou ao alcance delas. "Seja o que Deus quiser!", suspirou consigo. Agora estavam perto! E mais perto! Os passos! Estavam vindo em sua direção! Tomou fôlego e subitamente, saiu gritando raivoso em direção ao barulho. "Aaaaaaaaaaaaaaah!", seguido de um grito histérico feminino. 

Ela não aguentara o medo de ficar lá fora sozinha... de mãos dadas, inspecionaram novamente os cômodos e perceberam que, apesar da bagunça, nada tinha sido levado. Já recompostos do choque aperceberam-se que, em cima da mesa da sala de jantar, estava um bilhete escrito a punho pelo ladrão. Dizia: "Não valeu a pena."

Entreolharam-se mais uma vez, incrédulos, respiraram fundo e soltaram uma gargalhada. Numa época em que a cordialidade e o cavalherismo contava e eram levados muito a sério, até assaltante tem a delicadeza de deixar um singelo bilhetinho antes de sua fuga.

Um comentário:

  1. Joice17:07

    Que máximoooooo..... Ah, não se fazem mais ladrões como antigamente. kkkk Quanta sensibilidade tua em ter um espaço pra toda essas histórias. Aquelas histórias que parecem ser contadas por nossos avós. Cada um deles com as suas. parabéns Bê.

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